Quando comecei o blog, apesar me queixar permanentemente da falta de tempo, a verdade é que ainda havia espaço para publicar diariamente. Havia tempo para diariamente correr dezenas de blogs, comentar todos, ou quase todos os posts. A lista de blogs que seguia foi crescendo, os comentários que foram aparecendo na página também foram crescendo e confesso que houve dias em que dormia 4 horas por dia, tal foi o descontrolo.
Até que um dia tive de dizer chega. Na verdade o blog é o meu alter-ego. Não é, nem nunca será, uma fonte de receitas ou uma rampa de lançamento para um futuro que não existe ou desejo. Mas antes um enorme consumidor de tempo. Que acumulo com dois trabalhos, uma filha pequena, um marido, uma casa…
Com muita pena minha, deixei de comentar. Deixei de alimentar receitas com a mesma periodicidade. No entanto, continuo a seguir diversos blogs, blogs que me inspiram, que alimentam a minha própria criatividade. Mas hoje tudo de uma forma muito mais serena. Com muito menos ansiedade. Ansiedade por estar em falta com quem simpaticamente arranja tempo para comentar os meus posts (ao contrário de mim). Ansiedade porque (obviamente) reduziram e muito os comentários às receitas que publico, não sabendo o que acharam da receita x ou y.
Aceitando que faz sentido continuarmos por cá ajuda. Mas temos de estar preparados para isto ser um monólogo. Porque o tempo não é a conta-gotas apenas para mim, mas com certeza para todos os que silenciosamente estão do outro lado e que até continuam a seguir-me ainda que não tenham hipótese de deixar um comentário.
No entanto, porque continuo a admirar um sem fim de blogs e continuo a guardar e a fazer muitas das receitas que publicam, decidi encontrar tempo onde não o tenho e executar algumas dessas receitas e publicar neste meu cantinho, neste meu livro de culinária digital. Como forma de prestigiar o trabalho que têm feito. Como forma de lhes dizer "estou aqui, não deixei de te visitar, apenas deixei de comentar por falta de tempo; mas todas as semanas vou ao teu cantinho e recolho as receitas que me fazem salivar".
É exatamente isso que me aconteceu quando numa das minhas visitas a um blog de receitas que só me trazem felicidade. Falo, naturalmente, do blog da Mariana - Receitas para a Felicidade. Num destes dias vi uma receita de pão na cocotte. Como semanalmente fazemos pão em casa, decidimos experimentar. Como já aqui tive oportunidade de dizer algumas vezes o padeiro de serviço é o meu marido, que não acolheu a ideia com particular entusiasmo. Mas a verdade é que me fez a vontade uma e outra vez e no ultimo mês esta receita já foi feita um cem número de vezes. Adoramos.
Obrigado Mariana por me inspirares. Por teres receitas tão cheias de amor e felicidade.
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Pão na cocotte
[faz 1 pão médio]
Ingredientes:
- 250 g de farinha T65
- 200 gr de farinha integral
- 1 saqueta de fermento seco (usei fermipan)
- 1/2 colher de sopa de sal
- 10 ml de vinagre branco
- 300 ml de água
- Sementes de linhaça a gosto
Preparação:
Usei uma kitchen Aid para amassar este pão, mas pode, perfeitamente, amassá-lo à mão ou usar um outro robot de cozinha.
Coloque todos os ingredientes no copo e amasse bem até obter uma massa elástica, sem colar.
Cubra o copo com um pano ou com película aderente e deixe a levedar por 2 a 3 horas, até a massa dobrar de volume.
Findo o tempo, coloque a massa numa bancada enfarinhada e amasse mais um pouco com as mãos e forme uma bola. Coloque-a em cima de uma folha de papel vegetal. Reserve.
Pré-aqueça o forno a 220 ° C.
Coloque a cocotte no forno para que aqueça bem (cerca de 15 minutos). Eu usei um tacho de ferro do Ikea.
Depois de bem quente, coloque dentro a folha de papel vegetal com a massa. Coloque a tampa. Leve ao forno por cerca de 30 minutos. Findo o tempo, retire a tampa e deixe mais 10 minutos para que ganhe cor.
Retire o pão e deixe-o arrefecer sobre uma grade. Tente resistir a comer com uma noz de manteiga enquanto arrefece…
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Mais uma utilidade para essa linda panela! Adorei :)
ResponderEliminar-
Diogo Marques
Blog: A culpa é das bolachas! | Facebook | Instagram
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Lindo e vê-se delicioso esse pãozinho minha querida Sónia, obrigada por partilhares e pelo carinho que senti neste post (um post que me fez feliz)
ResponderEliminarUm grande beijinho com amizade!
Sónia,
ResponderEliminarO texto é um bom retrato do que muitos passamos. Revejo-me e muito nele.
Há muito que deixei de ter a mesma disponibilidade temporal e, mais tarde, mental, para fazer o que fazia quando comecei o blog. Às vezes penso se não estarei sozinha, publicando de mim para mim. Mas sei que não. Há pessoas sempre lá, mesmo que também elas em silêncio. É mesmo assim!
Bonito gesto da tua parte e o pão será certamente delicioso, tantas vezes já foi experimentado e aprovado por ti. Está lindo.
Beijinho
Não estas mesmo sozinha! Tens aqui alguém que te lê periodicamente!
EliminarAdoro um bom pão caseiro como esse, quentinho barrado com manteiga, que delícia!
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